As agricultoras e agricultores, participantes do “Projeto Buracica
Sustentável e Solidária”, viajaram para Jacobina, região norte do interior da
Bahia, para conhecer a experiência de produção agroecológica da região, e
principalmente aprender sobre a organização coletiva de Feiras Agroecológicas. A
recepção do grupo ficou por conta da cooperativa local, COFASPI – Cooperativa
de Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte, que coordena o
projeto de apoio à Rede de Feiras Agroecológicas do Piemonte da Diamantina -
REFAS.
A REFAS é formada por agricultoras e agricultores de vários municípios
do território, e atua de forma organizada e independente, com regimento interno
de funcionamento, blog e página no facebook para divulgação das ações, como a feira
de troca de produtos entre os agricultores nas suas respectivas comunidades. Para
garantir a ampla participação, as comunidades escolhem representantes para
levar os produtos para a venda na feira. Uma das coisas que chamou a atenção
dos visitantes foi o fundo rotativo formado pelos próprios agricultores
e agricultoras, com parte da vendas das feiras.
Durante os dois dias, os participantes trocaram experiências sobre a
produção e comercialização de hortaliças e flores, técnicas de irrigação, além
do uso de bio-fertilizantes. “A viagem foi tão importante pra mim que trouxe
aprendizagem. Uma nova experiência sobre o jeito de trabalhar com a terra (...)
e a organização dos agricultores/as. Essa eu gostei muito”, afirmou um dos
agricultores do município de Alagoinhas/BA, João Santana, ao descrever a
relevância das atividades que acompanhou durante a permanência em Jacobina/BA.
Ao contemplar, pela primeira vez, a paisagem formada pela diversidade
de plantas frondosas e o conjunto de serras, de onde escorrem as águas de
pequenas nascentes na comunidade rural Cocho de Dentro, as agricultoras e os
agricultores ficaram encantados com as singularidades do lugar, que emana
cheiros, cores e sabores. Entre a travessia de pequenas pontes sob o curso das
águas ou a contemplação das rosas encontradas ao longo do caminho, as pausas
para observar e fazer perguntas sobre as espécies de hortaliças que Maria da
Conceição, que é mais conhecida como Dona Ceiça na vizinhança, costuma plantar.
Em seguida, a passagem para a roça ao lado onde mora outra Maria da Conceição,
que também é agricultora dedicada à produção de alimentos saudáveis e criação
de animais.
As andanças fizeram os/as visitantes identificarem semelhanças e
distinções em relação ao modo como eles produzem, costumam fazer leiras mais altas
e o solo das comunidades onde moram “não seguram água”, como explicou a
agricultora de Catu/BA, Maria Valdelice.
Durante o intercâmbio as agricultoras e agricultores estiveram ainda na
Associação Comunitária dos Moradores e Agricultores do Cocho de Dentro, onde
são fabricados produtos e artesanatos feitos com o coco do babaçu.
Fotos: Arquivo ELO
Fotos: Arquivo ELO
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