segunda-feira, 7 de março de 2016

Intercâmbio em Jacobina proporciona troca de experiências

As agricultoras e agricultores, participantes do “Projeto Buracica Sustentável e Solidária”, viajaram para Jacobina, região norte do interior da Bahia, para conhecer a experiência de produção agroecológica da região, e principalmente aprender sobre a organização coletiva de Feiras Agroecológicas. A recepção do grupo ficou por conta da cooperativa local, COFASPI – Cooperativa de Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte, que coordena o projeto de apoio à Rede de Feiras Agroecológicas do Piemonte da Diamantina - REFAS.

A REFAS é formada por agricultoras e agricultores de vários municípios do território, e atua de forma organizada e independente, com regimento interno de funcionamento, blog e página no facebook para divulgação das ações, como a feira de troca de produtos entre os agricultores nas suas respectivas comunidades. Para garantir a ampla participação, as comunidades escolhem representantes para levar os produtos para a venda na feira. Uma das coisas que chamou a atenção dos visitantes foi o fundo rotativo formado pelos próprios agricultores e agricultoras, com parte da vendas das feiras.
Durante os dois dias, os participantes trocaram experiências sobre a produção e comercialização de hortaliças e flores, técnicas de irrigação, além do uso de bio-fertilizantes. “A viagem foi tão importante pra mim que trouxe aprendizagem. Uma nova experiência sobre o jeito de trabalhar com a terra (...) e a organização dos agricultores/as. Essa eu gostei muito”, afirmou um dos agricultores do município de Alagoinhas/BA, João Santana, ao descrever a relevância das atividades que acompanhou durante a permanência em Jacobina/BA.

Ao contemplar, pela primeira vez, a paisagem formada pela diversidade de plantas frondosas e o conjunto de serras, de onde escorrem as águas de pequenas nascentes na comunidade rural Cocho de Dentro, as agricultoras e os agricultores ficaram encantados com as singularidades do lugar, que emana cheiros, cores e sabores. Entre a travessia de pequenas pontes sob o curso das águas ou a contemplação das rosas encontradas ao longo do caminho, as pausas para observar e fazer perguntas sobre as espécies de hortaliças que Maria da Conceição, que é mais conhecida como Dona Ceiça na vizinhança, costuma plantar. Em seguida, a passagem para a roça ao lado onde mora outra Maria da Conceição, que também é agricultora dedicada à produção de alimentos saudáveis e criação de animais.

As andanças fizeram os/as visitantes identificarem semelhanças e distinções em relação ao modo como eles produzem, costumam fazer leiras mais altas e o solo das comunidades onde moram “não seguram água”, como explicou a agricultora de Catu/BA, Maria Valdelice.

Durante o intercâmbio as agricultoras e agricultores estiveram ainda na Associação Comunitária dos Moradores e Agricultores do Cocho de Dentro, onde são fabricados produtos e artesanatos feitos com o coco do babaçu.

Fotos: Arquivo ELO

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